1 de mai. de 2015

O resumo da situação da população de ursos polares no estado selvagem, que foi discutido no final de 2014, pelo Grupo de Especialistas em Ursos Polares – PBSG, e que foi considerada credível e válida pelo grupo, parece não ter sido lida ou entendida pela imprensa e pelas autoridades mundiais.

Pelo quadro nos últimos 10 anos somente ‘8.606’ ursos polares, foram avistados pelos pesquisadores, conforme a tabela da PSBG.

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A imprensa costuma mencionar que os ursos polares estão em extinção, e que a ‘estimativa’ dos especialistas é de que existem entre 20 a 25 mil ursos polares em estado selvagem, e que o tempo médio de vida deles na natureza é de 25 anos – mas raramente destaca que esses números são ‘palpites’, e que apesar da extinção ser eminente; a legislação internacional não protege os ursos polares da extinção;

Apesar de todas as evidências mostrarem que os ursos polares estão morrendo de fome – o fator principal que os levará a extinção; pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES), o urso polar – não se encontra listado como ameaçado de extinção.

O urso polar se encontra listado no apêndice II - que inclui as espécies que não estão necessariamente ameaçadas, mas podem se tornar, no futuro, se a negociação destes animais para fins incompatíveis com a sua sobrevivência não é estritamente proibida.

O método utilizado para a ‘estimativa’, é conhecido como “relação entre espécie e área”. Determina-se o número de espécies encontradas em certa área e depois é realizada uma estimativa de como este número aumenta quando a área se expande. Em seguida, o cálculo é feito de maneira reversa numa tentativa de estimar quantas espécies sobrariam se a quantidade de terra/gelo diminuísse por causa das mudanças de hábitos ou climáticas.

A Sociedade Geográfica Russa, fundada em 1895, em seu relatório sobre os ursos polares estima que o tempo de vida do urso polar na natureza é de até 40 anos.

Nos artigos utilizados como referência para o relatório da PBSG, consta que somente em três áreas de ‘legais’ de caça, foram mortos 150 ursos polares ao ano, o que totalizaria 10.000 ursos polares mortos nesses  40 anos.

Pouco ou nada se fala sobre a matança de ursos-polares adultos que ‘legaliza’ a retirada de seus filhotes da natureza. É dessa forma que filhotes órfãos de ursos polares acabam nos zoológicos.

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Também pouco se fala que dentre as inúmeras organizações internacionais de proteção dos animais, não exista nenhum delas que tenha um centro de reabilitação para que os filhotes órfãos de ursos polares, possam ser reintegrados a natureza. Todos os filhotes órfãos encontrados nos países que compõem o habitat dos ursos polares são encaminhados para os zoológicos onde permanecem até suas mortes.

A matança dos ursos polares ocorre devido a caça ‘ilegal’ e a ‘legal’. No comércio ‘legal’, há além da venda das peles de ursos polares; suas partes como dentes e patas. Cotas foram estabelecidas para fins comerciais e de subsistências. Mas na matança ilegal, onde os filhotes órfãos de ursos polares são vendidos para colecionadores ou enviados para os zoológicos;  não existem cotas para morte de suas mães para a venda de peles.

Mas todos os fatos acima relatados, não são levados em consideração quando filhotes órfãos de ursos polares são encontrados no meio selvagem, e o fato passa a ser divulgado como que são ‘resgatados’ por esse ou aquele zoológico.

Enquanto isso os ursos polares estão morrendo de fome, e as causas são muitas - comumente só a questão das mudanças climáticas é citado como a causa da extinção da espécie, que vem acompanhada de uma longa explicação que deveria fazer com que as pessoas entendem-se que – ‘QUE OS URSOS POLARES ESTÃO MORRENDO DE FOME’ - devido a matança das focas (470 mil focas serão mortas na temporada de caça), dos leões-marinhos, das baleias, da pesca predatória e da poluição no Ártico; esses fatores aliados as mudanças climáticas é que vai extinguir a espécie, não em alguns anos, mas em apenas alguns meses.

Um dos poucos ursos polares machos rastreados, morreu de fome em apenas 3 meses. Marcado em abril ao sul de Svalbard/Noruega, caminhou quilômetros e quilômetros procurando o que comer – gastou toda a sua reserva de gordura, e morreu. Seu corpo foi encontrado em Julho a 250 quilômetros de onde meses antes havia encontrado seres humanos – os cientistas que o sedaram para a colocação do rastreador. Não estaria o urso polar indo a procura de ajuda….

Em seu desespero para sobreviver, os ursos polares estão comendo uns aos outros. Os casos de canibalização aumentam drasticamente. A lei da sobrevivência altera tanto o comportamento dos ursos polares - que eles mesmos encontram uma forma de garantir que seus genes são serão extintos. Os casos de ursos polares que acasalaram com ursos pardos aumentam a cada ano. Aos ursos polares híbridos pardos, não é dada nenhuma proteção legal, eles podem ser caçados, mortos. As medidas protetivas de ambas as espécies não são aplicadas aos híbridos considerados anomalias genéticas 

Em fevereiro de 2013, um grupo de especialistas em ursos polares, publicou um artigo com várias ações de emergência  para salvar os ursos polares do Ártico.

O artigo que apareceu na revista Conservation Letters, sugere;

· Alimentar os ursos-polares (que ocorre normalmente dentro dos planos de manejo animal), com o uso helicópteros para lançamento aéreo de alimentos, que podem ser a ração para ursos-polares, até as carcaças de baleias trazidas de outros lugares para onde estão os ursos-polares.

O documento também sugere que ao mesmo tempo, seja efetuado resgates, reabilitação e reintegração dos ursos polares ao estado selvagem. As sugestões são acompanhadas dos prós e contras da ação. O documento também cita que também é possível não fazer nada e deixar que os seres humanos continuem a abusar da natureza que segue seu curso.

E  a ração para ursos-polares existe, é e comercializada – para os parques marinhos e zoológicos que a utilizam ou utilizaram. O número conhecido de ursos polares em cativeiro supera 2000 animais.

O presidente russo Vladimir Putin, foi ajudar os cientistas russos a colocar uma coleira de rastreamento em urso polar, ao sobrevoar a área viu as fileiras de barris congelados e disse que o Ártico devia ser limpo.

Uma expedição polar geológica que trabalhou no Ártico em 1995-2005 estimou que no arquipélago havia sido abandonado: até 250.000 barris contendo 40,000-60,000 toneladas de produtos derivados de petróleo, mais de um milhão de tambores de metal sucateadas, lubrificantes, óleos de barris , carvão e carcaças de metal – de aviões, a radares e caminhões.

Os derramamentos de petróleo no Ártico continuam a contaminar a água, e causando danos a vida selvagem. São o resultado da atividade de petróleo e gás, que prejudicam e perturbam o habitat natural de muitos animais, e afetam principalmente a espécie do urso polar.  Mesmo uma pequena quantidade de petróleo ou óleo pode resultar na morte do urso polar.

Os seres humanos sempre foram os únicos predadores dos ursos polares. As informações de que  60 mil ursos polares foram mortos - pelos tripulantes dos navios baleeiros e pelos comerciantes de pele, entre 1890 e 1930 parece ter sido ocultada na rede dentro de arquivos no formato pdf  (Harington, 1968; Uspenski e Kistchinski, 1972; Lentfer, 1975; Larsen, 1985).

"Os registros de 66 navios baleeiros ativos em águas canadenses 1831-1913, contabilizam  a caça de 1.457 ursos polares que foram mortos, uma média de 22,1 ursos por navio. Havia cerca de 2.500 navios baleeiros ativos nas águas canadenses entre 1800 e  1900 (Stackpole 1969; Ross, 1985). Multiplicando este valor por quinze (uma estimativa conservadora do número de ursos polares caçados pelos baleeiros ) produz uma média de 37.500 ursos polares mortos. Mais tarde, ele acrescenta (pg. 133), "... os baleeiros podem ter matado de até 50 por cento a mais de ursos polares do que as estimativas calculadas . "

Os ursos polares estão propensos a morrer de fome e desta forma serão extintos.  Manter alguns genes de ursos polares vivos em zoológicos e parques marinhos, depois de os ursos polares desaparecerem de seu habitat natural, será insignificante para manter a magnífica e altamente especializada forma de vida que hoje conhecemos como o urso polar.

Um estudo publicitário observou que, no mundo industrializado ", nenhuma imagem compete com a imagem dos animais. Os grandes fabricantes usam animais para fixar sua marca no inconsciente dos consumidores.  Muitos desses personagens "nasceram", em 1950, numa época em que poucos se perguntaram: o que vai acontecer se o nosso mascote morrer na natureza?

O estudo cita que quanto mais abstrato o personagem fica do animal real – que é o caso do urso polar visto nos comerciais de refrigerante, menos os consumidores tendem a pensar sobre o animal como ele realmente existe na natureza. Quanto mais o ‘animal animado’, se distancia dos hábitos do ‘animal real’ no mundo; menos pessoas se ​​preocupam com o que acontece ao animal no mundo real.

Por séculos os animais foram retirados da natureza, escravizados e maltratados não só para o entretenimento, mas também na pesquisa farmacêutica e espacial, sem nunca terem direito a nenhum benefício nem para eles, e nem para salvaguardar sua própria espécie.

Aqueles que se beneficiam por utilizar animais ou suas imagens, e aqueles que lucram utilizando animais para o entretenimento – mesmo sob o pretexto da preservação, deveriam pagar ‘royalties’ dessa utilização em beneficio do próprio animal ou de sua espécie.

O parque marinho em São Paulo, anda divulgando que existe uma possibilidade da ursa polar Aurora possa estar grávida. A RGA que há 170 anos observa o urso polar cita que a espécie se reproduz lentamente e que na natureza as fêmeas dão a luz entre 8/12 filhotes no curso de sua vida, levando em considerando que na natureza as fêmeas dão a luz de 2 a 3 filhotes em cada gestação. Também o número de mortes entre os filhotes até um ano é muito alto.

Nos parques marinhos e zoológicos, raramente as fêmeas dão a um luz a mais de um filhote, a incidência de casos onde os filhotes são rejeitados pelas mães chega a 80% do número de nascimentos.

Arturo o urso polar mais triste do mundo, já foi jovem como Peregrino, e como ele com o passar dos anos foi enviado a outro zoo para procriar, e o resultado foi que sua companheira Pelusa teve 8 filhotes, que ou nasceram mortos ou morreram no cativeiro. Em 2015 Arturo fará 30 anos. Como Peregrino ele foi retirado dos braços de sua mãe, nunca soube como era seu habitat natural, nunca caçou – e há muitos anos os humanos se empenham em preservar seu sofrimento.

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1 de mai. de 2015
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