27 de jun. de 2015

"Speed", um macho de tartaruga gigante de Galápagos foi eutanasiado no jardim zoológico de San Diego, onde vivia desde que foi retirado de seu habitat em 1933.

 

speed_tortoise_zoo

No zoológico ele era conhecido como o No. 5 , de um grupo de tartarugas gigantes que foram trazidos ao zoológico, para um ‘suposto esforço de conservação e reprodução’ da espécie ameaçada de extinção.

Foi estimado que Speed tinha entre 150 e 160 anos de idade, disse o zoo de San Diego, que informou que trabalhou incansavelmente para mantê-lo vivo, usando métodos como hidroterapia, acupuntura, medicamentos e fisioterapia.

"Ele tinha uma grave artrite, e era uma questão de melhorar sua qualidade de vida", informou o zoo que completou;  "Estivemos lutando com isso por alguns meses, e agora decidimos o que fazer (eutanásia), porque não havia como corrigir o problema. Era uma questão de aliviar sua dor ".

Essa é a verdadeira face dos zoológicos que dizem preservar ou trazer de volta espécies à beira da extinção, e que ainda ditam as regras da sobrevivência de uma espécie.

Speed agora descansa em paz em uma dimensão onde os seres humanos não podem mais lhe fazer mal.

Desde 1959, as tartarugas gigantes estão sobre a proteção do Serviço Nacional de Parques das Ilhas de Galápagos e da Fundação Charles Darwin.

Em 1977, a Fundação Charles Darwin pediu ao zoo de San Diego que devolve-se uma das tartarugas do grupo levado das ilhas. O macho Diego foi recolocado na Ilha Espanhola, onde sozinho, gerou 1.700 tartarugas, enquanto que o macho Speed que permaneceu no zoo gerou apenas 90 tartarugas.

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Charles Darwin, ao visitar as ilhas Galápagos em 1835, viu que as tartarugas em cada ilha eram diferentes, embora fossem descendentes de uma outra tartaruga que foi extinta no continente. Esta observação fazia parte de sua Teoria de mudar o mundo da evolução pela seleção natural.

Antes de 1835, as tartarugas gigantes já estavam praticamente extintas, graças a ação predatória dos baleeiros, navios mercantes e  dos navios militares, que levaram milhares de tartaruga para servirem de comida; como as tartarugas podiam viver por até 18 meses sem comida ou água, elas eram mantidas vivas nos navios até que fossem cozinhadas no jantar.

As poucas tartarugas gigantes que sobraram nas ilhas não tinham mais o que comer, pois as cabras trazidas pelos colonizadores devoravam toda a vegetação.

A Estação de Pesquisa Charles Darwin foi inaugurado na Ilha Santa Cruz, em 1962, com o objetivo de proteger os animais remanescentes. Nessa época cinco sub espécies de tartarugas gigantes, haviam sido declaradas extintas, entre eles a da Ilha Pinta.

Mas em dezembro de 1971, um cientista que estudava caracóis viu uma gigante tartaruga solitária na Ilha Pinta, e em 1972 , os guardas encontraram o macho solitário e o levou para a estação de pesquisa. Chamado de "George Solitário", ele era o último sobrevivente da subespécie Chelonoidis nigra abingdoni , das tartarugas gigantes.

George, então  entrou para o programa de reprodução em cativeiro. Foram realizadas diferentes iniciativas para a reprodução, inicialmente com fêmeas da espécie da ilha Isabela, com as quais ele conseguiu acasalar após 15 anos de convivência, mas os primeiros ovos foram comidos por ratos que também haviam sidos trazidos pelos navios.

Depois disso George não conseguiu acasalar mais, porque os órgãos sexuais de uma tartaruga atrofiam, se não forem utilizadas. Já era tarde demais para o pobre e solitário George. O animal que foi privado de conviver com sua espécie, devido a ação predatória dos seres humanos, foi também condenado a uma velhice sem o amor de uma família!

George solitário morreu em Junho de 2012, com a idade estimada em 100 anos, e não deixou nenhum descendente.

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O arquipélago de Galápagos fica a cerca de mil quilômetros do litoral continental equatoriano e foi declarado em 1978 como Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

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27 de jun. de 2015
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